História dos primeiros selos de Portugal



1853 - D. Maria II
Os primeiros selos postais portugueses foram emitidos em 1853 com a efígie da rainha D. Maria II, com cunho desenhado por Francisco de Borja Freire e impressos na Casa da Moeda. Os selos, inspirados nos selos ingleses de relevo da emissão de 1847/1848, apresentavam um busto da rainha semelhante ao das moedas em circulação na altura e foram impressos em folhas de 24 exemplares não dentados.
Os dois primeiros selos, emitidos no dia 1 de Julho de 1853 tinham valor facial de 5 e 25 reis. A 2 de Julho de 1853 é emitido o selo de 100 réis e no dia 22 de Julho é posto à venda o selo de 50 reis. Portugal tornava-se assim no 45º país a adoptar o selo postal.
Utilizaram-se dois cunhos para o 5 reis e um cunho para cada uma das outras taxas. Todos os selos circularam até ao seu esgotamento. Contudo a morte prematura da rainha impediu que estes selos circulassem por muito tempo. O selo de 100 réis, é actualmente o selo português com valor de catálogo mais elevado, estimando-se que não existam mais de 30 exemplares em estado novo.
Existiram várias reimpressão destes selos, a primeira das quais, em 1863 para satisfazer requisições de correios estrangeiros, depois em 1885 para formar 500 colecções a fornecer às diversas administrações membros da União Postal Universal, em 1905 para oferecer a ao rei Afonso XIII de Espanha, e finalmente em 1953 por ocasião da exposição filatélica internacional, que coincidiu com o centenário do selo postal português.



1855/56 - D. Pedro V - Cabelos Lisos
Para substituir os selos de D. Maria II que estavam em circulação desde 1853, surgiram em 1855 os selos com efígie do rei D. Pedro V, designados por cabelos lisos. Os selos foram impressos em folhas de 24 exemplares, com cunho desenhado e gravado por Francisco de Borja Freire, e aproveitando as cercaduras que havia desenhado anteriormente. Esta série só circulou durante catorze meses, sendo substituída pelos selos Selo D. Pedro V (cabelos anelados), que têm a efígie aperfeiçoada (em baixo).



1856/58 - D. Pedro V - Cabelos Anelados
Os selos com efígie do rei D. Pedro V, designados por cabelos anelados foram emitidos em 1856, e vieram substituir os selos da emissão cabelos lisos que estavam em circulação desde o ano anterior. Esta nova emissão teve como objectivo rectificar o penteado do rei que aparecera incorrectamente na emissão anterior com risco posto à direita. Com este desenho foram apenas emitidos os selos de 5 reis castanho e de 25 reis azul (com dois tipos diferentes), e mais tarde um selo de 25 reis rosa. Mantendo o sistema das emissões anteriores, os selos foram impressos em folhas de 24 exemplares, com cunho desenhado e gravado por Francisco de Borja Freire, e aproveitando as cercaduras da emissão anterior.



1862/64 - D. Luis I
Os primeiros selos do reinado de D. Luis I foram emitidos em 1862, uma vez mais com desenho de Francisco de Borja Freire. Este foi o último trabalho do gravador, autor de todos os selos portugueses emitidos até esta data. É interessante notar, que sendo Borja Freire gravador de moedas, nos seus selos respeitou sempre a regra numismática, de virar a efígie do monarca para o lado contrário ao do seu antecessor.
Mantendo o sistema das emissões anteriores, os selos foram impressos em folhas de 24 exemplares, e aproveitando as cercaduras das emissões do reinado anterior, as chamadas cabelos lisos e cabelos anelados.

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